Tipos de Galáxias

As galáxias dividem-se em vários tipos morfológicos diferentes segundo a estrutura que apresentam. A técnica de classificação morfológica utilizada na sua tipologia é primitiva, em virtude de seu caráter meramente descritivo. São elas:  Galáxia espiral , Galáxia espiral barrada , Galáxia elíptica , Galáxia irregular , Galáxia anã

Galáxias espirais - são assim denominadas devido à sua morfologia, quando vistas de "cima" apresentam uma clara estrutura em espiral em volta de um núcleo. Nos recenseamentos surgem como a tipologia mais comum. As galáxias espirais possuem estrelas jovens e velhas, sugerindo que não se formaram a partir de outra galáxia mais antiga ou de um antigo choque entre duas galáxias. No núcleo existe uma predominância de estrelas mais velhas e nos braços verifica-se uma maior actividade de formação estelar. Desta forma, os núcleos das galáxias espirais têm uma tonalidade mais laranja e os braços uma tonalidade mais azul. As galáxias espirais têm diâmetros que variam de 20 mil anos-luz até mais de 100 mil anos-luz. Estima-se que suas massas variam de 10 bilhões até 10 trilhões de vezes a massa do Sol. A Via-láctea, onde se localiza o sistema solar, é uma galáxia espiral grande e massiva.

Núcleo - O núcleo que normalmente representa o centro das galáxias espirais é constituído por um grande grupo de estrelas em grande proximidade. As estrelas são, na sua grande maioria, estrelas velhas (baixa metalicidade - População II) e de pequenas dimensões (massa). Existe pouca matéria interestelar e, consequentemente, não existem grandes áreas de formação estelar. No centro do núcleo galático, é frequente a existência de um ou mais buracos-negros. Em algumas galáxias espirais, os núcleos podem apresentar núcleos de formação estelar de grandes dimensões e apresentar significativas quantidades de estrelas de População I (elevada metalicidade) sugerindo que o processo de formação estelar é sustentado por processos ainda não compreendidos.

Braços - Os braços das galáxias espirais são o resultado de compressões gravíticas da massa do disco galáctico. Essas compressões gravíticas provocam a forma espiralada visível quando observada "de cima".


Galáxias espiral-barradas (sb)

As galáxias são classificadas de acordo com o esquema proposto por Edwin Powell Hubble. Este esquema separa as galáxias espirais em dois tipos: galáxias espirais regulares (S) e galáxias espiral-barradas (SB). As galáxias espiral-barradas distinguem-se das restantes pelo fato de possuírem uma estrutura em barra que contempla muitas das estrelas que se encontram na proximidade do centro da galáxia. Nestas galáxias, os braços parecem girar, não em torno do núcleo, sim em função do movimento de rotação da barra de estrelas, gás e poeiras. 

A existência da barra que caracteriza este tipo de galáxias ainda não é clara. É possível, no entanto, que a barra seja a resposta do sistema a uma interação gravitacional periódica devido à existência de uma galáxia companheira, ou seja próxima. Não obstante, há quem também pense que o aparecimento da barra é meramente consequência da distribuição da massa no disco destas galáxias, o que também é possível. A barra é um mecanismo que regula transferências da massa na região do bojo de uma forma semelhante a ondas estacionárias, em que as estrelas, gases e poeiras oscilam em torno de uma posição de equilíbrio. 

Estas oscilações funcionam como ondas de densidade que regulam a energia de rotação da galáxia. Em consequência destas oscilações, alguns pesquisadores acreditam que as galáxias poderão passar por fases barradas alternadas com fases sem barra ao longo de uma escala de tempo cosmológica, ou seja, bilhões de anos. Deste modo se explicaria que estas galáxias que outrora foram consideradas aberrações, sejam afinal tão abundantes. As imagens no visível revelam que mais de um terço apresentam barras nítidas e cerca de metade apresentam vestígios de algo que se assemelha a uma barra. No entanto, quando vemos imagens de infravermelho, onde é possível observar gases e poeiras, a fração de galáxias que apresentam evidências de uma barra é de mais de dois terços.

Galáxia elíptica gigante NGC 1316.
As Galáxias elípticas

Cerca de um terço das galáxias são elípticas na sua forma. As galáxias elípticas têm dimensões variadas que vão desde galáxias anãs, muitas vezes difíceis de distinguir de até galáxias gigantes como é o caso de M70, uma galáxia elíptica gigante na constelação da Virgem.  As maiores galáxias elípticas podem ter 1013 massas solares, ou seja, equivalem a 10.000.000.000.000 sóis, e tem cerca de 105 anos-luz de diâmetro, mas estas galáxias gigantes são raras. 

A escala de ano-luz significa que se você sai de uma ponta da Galáxia viajando a velocidade da luz que é 300 mil metros por segundo você só vai chegar a outra ponta da Galáxia daqui 105 anos. As mais galáxias mais comuns são as elípticas anãs que contêm poucos milhões de massas solares e têm apenas cerca de alguns anos-luz de diâmetro. Por exemplo, a galáxia espiral nossa vizinha, a Galáxia de Andrômeda (M31), tem duas companheiras que são galáxias elípticas anãs. 

O achatamento dessas galáxias que se pode observar não é devido à rotação das mesmas, mas sim devido aos movimentos orbitais das estrelas no interior da galáxia. Sendo um aspecto dinâmico, é de esperar que o achatamento vá variando numa escala temporal cósmica, ou seja, numa escala de bilhões de anos. As galáxias elípticas caracterizam-se também pela quase inexistência de estrelas jovens, gás e poeiras, pelo que deverão ser as estruturas galácticas mais antigas onde formação estelar já está concluída. As estrelas normalmente são de populações do tipo II, isto é, estrelas velhas com baixa metalicidade. Isto explica que a cor azulada com cores vermelhadas, característica das regiões com estrelas jovens e formação.

Galáxia Irregular M81
Galáxias irregulares

são um tipo de galáxia que apresentam uma estrutura morfológica desordenada ou caótica, ou seja, não possuem formas elípticas ou espirais, mas sim forma indefinida. Geralmente esse tipo de galáxia tem uma grande quantidade de estrelas recém-nascidas e continuam a profilerar novas estrelas estando sempre em intensa atividade. Dificilmente galáxias irregulares possuem grandes dimensões, e mesmo assim as de tamanho avantajado normalmente são resultado de colisões entre duas galáxias. Alguns cientistas acreditam que as galáxias irregulares típicas podem ser a primeira fase de evolução de uma galáxia elíptica ou de uma galáxia espiral.


As galáxias anãs são galáxias menores, com até alguns bilhões de estrelas, número cerca de 100 vezes menor do que de galáxias como a Via Láctea. As galáxias anãs constituem a maioria das galáxias do universo e geralmente orbitam galáxias maiores: a Via Láctea tem pelo menos uma dezena desses satélites. Recentemente, foram descobertas galáxias ultracompactas, variantes muito compactas com uma grande população de estrelas.
Fontes: wikipédia

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